Sentei-me na poltrona, ainda um pouco receoso, mas alguma coisa me dizia para estar nesse concerto. Tudo seguia normalmente, os músicos foram entrando no palco; e de repente, ela. Sentou-se em um lugar que ficava de frente para mim. Nossos olhos se encontraram. Nos olhamos por um bom tempo, que nem mesmo prestei atenção no concerto. Achei até que tiraria a concentração dela, pois vi suas mãos nervosas. Mas seus olhos me buscavam, então sabia que meu olhar era bem vindo.
O concerto ia seguindo e crescia dentro de mim uma ansiedade de vê-la tocar. Estávamos ligados, parecia que podia sentir o quanto ela estava ansiosa. E então ela sentou-se ao piano. Fechei os olhos e desejei que nada saisse errado. E não saiu. Tocou perfeitamente! A união da beleza sensual dela com a beleza da música criou um novo estado de arte, algo por demais belo. O vestido preto, deixando suas belas pernas à mostra, o cabelo castanho longo sobre seus ombros, descendo pelas costas com carinho, aquele rosto lindo, evocando concentração e prazer em tocar; e a luz ao redor dela... Uma cena belíssima! Quando ela retornou ao seu lugar, olhamo-nos diretamente e trocamos sorrisos. Não poderia sair dali sem falar com ela. Continuamos a comunicação de olhares e sorrisos até o fim do concerto.
Terminado o concerto fico ali, esperando ela sair do camarim. Passam-se uns minutos e ela surge por trás da cortina, caminhando com elegância. Dirigo-me até ela e parabenizo sua atuação. Ela, com sua voz angelical, agradece. Ouso pedir para vê-la novamente. Ela aceita e despede-se. Nos cruzamos mais uma vez na saída do teatro e nos despidimos novamente de uma forma breve, mas carinhosa. Então vejo aquela bela mulher partir, já aguardando o reencontro.
sábado, 12 de janeiro de 2008
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