domingo, 13 de janeiro de 2008

Lágrimas de compreensão

Olhou atentamente a paisagem em volta de si. As árvores abraçando o rio, que corria jovialmente, a mata que cobria o horizonte, a névoa que beijava as montanhas acima de sua cabeça. As borboletas voando de flor em flor, próximas à água. Ouvia o som do rio misturar-se com o som da mata... uma música serena e calma que lhe adentrava ao coração.

Já havia derramado algumas lágrimas, largado alguns suspiros. Sozinho, ali, ele pensava. Deixava seu espírito fluir, sair de seu corpo e misturar-se as coisas. Podia sentir o carinho suave da mãe natureza, chamando-o para continuar, manter-se firme, não desisitir. Suas lágrimas foram de encontro ao rio, não lágrimas amarguradas ou raivosas, mas lágrimas de compreensão. Ele sabia.

Alguns pássaros se aproximam, como numa tentativa de mostrar que tudo está ali junto dele. Cantam. Ele olha serenamente para os passáros e sorri em agradecimento. O vento vem acariciar sua face e ele fecha os olhos. Pode sentir todos aqueles que escapam aos olhos ao seu redor, compartilhando tudo. Alegra-se em saber que pode contar com eles. Calma. Tudo torna-se calmo e ele sente um calor em seu coração. É o chamado. A verdade entrando em sua alma. Abre os olhos e vê. Ele sabe que precisa voltar... olha todos com ternura, numa despidida silênciosa que fala muito mais que palavras.

Fechou os olhos, respirou fundo.... era tempo de recomeçar...

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