Magda caminhava angustiada, não era a primeira vez que a chamavam ao colégio de seu filho. Ela fazia idéia... não, ela tinha certeza do que era. "Por que Carlos? Meu pobre filho..." Qualquer que seja o motivo, ela não o via. Carlos... como ele era especial para ela. O filho lindo... como ela poderia imaginar que ocorreria isso com ele? Todas as outras crianças normais... mas Carlos...
Deteve as lágrimas. Entrou no colégio e tomou a direção da secretaria. Poucas frases depois e ela já estava esperando pela diretora. Angústia. Medo. Não era justo... o seu filho... seu lindo filhinho. Apertava as mãos... tinha raiva... mas não devia demonstrar. A diretora entra.
- Boa tarde... - disse a diretora - desculpe faze-la esperar. Desejas uma água ou um café?
- Não obrigada. O que aconteceu?
- Seu filho... continua causando problemas e sinto ter de dar uma suspensão à ele...
- Suspensão? Mas... ó Deus, Carlos...
- Diga-me Magda, ele não demosntra nada em casa?
- Sim, mas já estou tratando ele com médicos renomados, estou fazendo tudo que está ao meu alcance, sempre falo com ele...
- Ele tem contagiado as outras crinças! Os pais estão alarmados, exigem que seu filho seja expulso e eu não quero tomar essa decisão, mas se ele continuar a falar em sonhos com as outras crianças...
- Eu sei... sempre digo para ele esquecer essa coisa de sonhos.
- O que os médicos dizem?
- Eles não sabem dizer porque meu filho sonha... dizem ser um caso muito raro.
- Entendo. Desejo que seu filho melhore logo, pare de sonhar e possa ter uma vida normal com as outras pessoas.
- É o que eu mais quero Senhora Weiss.
- Eu sinto muito... mas você sabe como é difícil para mim. Se Eles ficarem sabendo da persistência de Carlos...
- Nem me diga uma coisa dessas... Farei de tudo para que meu filho não pertube Eles...
- Certo. É melhor levar seu filho para casa. Ele está na sala ao lado. Tenha uma boa tarde.
- Boa tarde e obrigada.
Magda entra na sala ao lado e vê Carlos sentadinho lendo um gibi. Lágrimas vieram aos seu olhos. Seu filho querido... parecia normal, olhando assim, ninguém poderia dizer que ele sonha. Secou as lágrimas com os dedos e chamou o filho que lhe recebeu com alegria. De mãos dadas foram saindo, Magda sem falar nada, segurando as lágrimas. Seu filho iria se curar, iria deixar de sonhar e se transformar em uma pessoa normal. Ela fará de tudo para que isso aconteça... Carlos será muito feliz... muito feliz...
terça-feira, 27 de março de 2007
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